sábado, 12 de outubro de 2013

DIA DAS CRIANÇAS

Hora de Ler
Rosa Clement

Mãe, cadê a minha bola? Pulou dentro da sacola.  Cadê o meu papagaio? Caiu dentro do balaio.  Onde está o meu pião? Se escondeu lá no porão.  E minhas bolas de gude? Sob os pés da Gertrude.  Cadê o meu trenzinho? Pegando um ar no caminho.  Onde está minha bicicleta? Dando descanso ao atleta.  Onde foi o meu cachorro? Passear com a Socorro.  E meu primo Joaquim? Foi comprar amendoim.  O que vou fazer agora? Aproveitar essa hora.  Vamos brincar de Memória? Vamos ler uma história?

Um conto
Rosa Clement

O cachorro comeu o bolo e correu atrás da bola.  O gato ganhou um prato com o nome escrito em prata.  O rato refez a toca, no pé de um velho toco.  O sapo sujou a casa e criou o maior caso.  O pato provou o milho e correu mais uma milha.  O porco pisou na poça ao beber água do poço  O pardal pousou na quadra e foi pintado num quadro.  O boi abriu a porteira e mugiu para o porteiro.  O papai contou um conto e dormi sem me dar conta.

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Era Uma Vez
Lina Venturieri

O pintinho pia, pia, pia, pia sem parar. Quando sai pra passear pia até não aguentar. O irmão achou legal e foi logo imitar aí imitaram 2,3, e logo já passou dos 6. O gato escocês comeu todos de uma vez a festança que ele fez nunca mais teve outra vez e depois toda estas história virou "era uma vez".


Cecília Meireles
Eu queria ser a rosa lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá, E, vivendo num jardim, . Ter besouros, borboletas, lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá, Cirandando ao pé de mim ! ... . Eu queria ser a praia, Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló. Onde as ondas vão brincar; . E seria toda a vida, Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló. Bem querida pelo mar ! . Eu queria ser estrela, Li-li-ri-li-li-li-li, sendo a noite minha irmã, . Para despontar à tarde, Li-li-ri-li-li-li-li, E esconder-me de manhã !

A Foca
Vinicius de Moraes
Quer ver a foca Ficar feliz? É por uma bola No seu nariz.  Quer ver a foca Bater palminha? É dar a ela  Uma sardinha.  Quer ver a foca Fazer uma briga? É espetar ela Bem na barriga!

O Pinguim
Vinicius de Moraes
Bom-dia, Pingüim Onde vai assim Com ar apressado? Eu não sou malvado Não fique assustado Com medo de mim. Eu só gostaria De dar um tapinha No seu chapéu de jaca Ou bem de levinho Puxar o rabinho Da sua casaca.


Canção do Lobinho
Rosa Clement
Eu sou o lobo mau, lobo mau Eu pego criancinha pra fazer mingau..."  Do ponto de vista do lobo:  A mamãe loba canta com a voz terna de amor: "Dorme lobinho meu, que lá vem o caçador.  Dorme meu lindo bebê, que ele tem arma na mão. Só quer fazer da mamãe um tapete para o chão.  Dorme logo meu peludo. É perigoso lá fora; tem homens caçando lobos, não podes brincar agora.  Dorme e sonha com carneiros, com campos cheios de flores, um lindo rio e muitas árvores sem sons  ameaçadores.  Assim o bebê dormiu enchendo a mãe de orgulho e até floresta inteira não fez o menor barulho.

Lalau e Laurabeatriz
Será que Deus  Mora num sítio no céu? Será que Ele Ordenha nuvens pra chover? A grama lá é toda azul? Estrela é fruta de comer?  Será que Ele  Tem televisão?  Eu acho que não.  Eu acho Que o sol É o seu fogão. E a lua, Seu lampião.  Bem- te - vi  Te vi cantar De alegria, Te vi dormir De mansinho. Vi, nesse mesmo dia, Dentro de ti, A alma colorida De um passarinho.

Passarinho no Sapé
Cecília Meireles

P tem papo o P tem pé. É o P que pia? (Piu!) Quem é? O P não pia: O P não é. O P só tem papo e pé. Será o sapo? O sapo não é. (Piu!) É o passarinho que fez seu ninho no sapé. Pio com papo. Pio com pé. Piu-piu-piu: Passarinho. Passarinho no sapé.

A Borboleta
Olavo Bilac
Trazendo uma borboleta, Volta Alfredo para casa. Como é linda! é toda preta, Com listas douradas na asa.  Tonta, nas mãos da criança, Batendo as asas, num susto, Quer fugir, porfia, cansa, E treme, e respira a custo.  Contente, o menino grita: "É a primeira que apanho, "Mamãe! vê como é bonita! "Que cores e que tamanho!  "Como voava no mato! "Vou sem demora pregá-la "Por baixo do meu retrato, "Numa parede da sala".  Mas a mamãe, com carinho, Lhe diz: "Que mal te fazia, "Meu filho, esse animalzinho, "Que livre e alegre vivia?  "Solta essa pobre coitada! "Larga-lhe as asas, Alfredo! "Vê com treme assustada . . . "Vê como treme de medo . . .  "Para sem pena espetá-la "Numa parede, menino, "É necessário matá-la: "Queres ser um assassino?"  Pensa Alfredo . . . E, de repente, Solta a borboleta . . . E ela Abre as asas livremente, E foge pela janela.  "Assim, meu filho! perdeste "A borboleta dourada, "Porém na estima cresceste "De tua mãe adorada . . .  "Que cada um cumpra sua sorte "Das mãos de Deus recebida: "Pois só pode dar a Morte "Aquele que dá a Vida!"


KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Cecília Meireles

Cabecinha boa de menino triste,  de menino triste que sofre sozinho,  que sozinho sofre, — e resiste,   Cabecinha boa de menino ausente,  que de sofrer tanto se fez pensativo,  e não sabe mais o que sente...   Cabecinha boa de menino mudo  que não teve nada, que não pediu nada,  pelo medo de perder tudo.   Cabecinha boa de menino santo  que do alto se inclina sobre a água do mundo  para mirar seu desencanto.   Para ver passar numa onda lenta e fria  a estrela perdida da felicidade  que soube que não possuiria.

As meninas
Vasco Graça Moura

as minhas filhas nadam. a mais nova  leva nos braços bóias pequeninas,  a outra dá um salto e põe à prova  o corpo esguio, as longas pernas finas:   entre risadas como serpentinas,  vai como a formosinha numa trova,  salta a pés juntos, dedos nas narinas,  e emerge ao sol que o seu cabelo escova.   a água tem a pele azul-turquesa  e brilhos e salpicos, e mergulham  feitas pura alegria incandescente.   e ficam, de ternura e de surpresa,  nas toalhas de cor em que se embrulham,  ninfinhas sobre a relva, de repente.

Diálogo
Albano Martins


Levarás  pela mão  o menino  até ao rio. Dir-lhe-ás  que a água é cega  e surda. Muda,  não. Que o digam  os peixes, que em silêncio  com ela sustentam  seu diálogo  líquido, de líquidas  sílabas  de submersas  vogais.


Antero de Quental

Eu amo a vasta sombra das montanhas,  Que estendem sobre os largos continentes  Os seus braços de rocha negra, ingentes,  Bem como braços colossais aranhas.   Dali o nosso olhar vê tão estranhas  Coisas, por esse céu! e tão ardentes  Visões, lá nesse mar de ondas trementes!  E às estrelas, dali, vê-as tamanhas!   Amo a grandeza misteriosa e vasta...  A grande ideia, como a flor e o viço  Da árvore colossal que nos domina...   Mas tu, criança, sê tu boa... e basta:  Sabe amar e sorrir... é pouco isso?  Mas a ti só te quero pequenina!

Ausencia
Teixeira de Pascoaes

Lúgubre solidão! Ó noite triste!  Como sinto que falta a tua Imagem  A tudo quanto para mim existe!   Tua bendita e efémera passagem  No mundo, deu ao mundo em que viveste,  Á nossa bôa e maternal Paisagem,   Um espirito novo mais celeste;  Nova Forma a abraçou e nova Côr  Beijou, sorrindo, o seu perfil agreste!   E ei-la agora tão triste e sem verdor!  Depois da tua morte, regressou  Ao seu velhinho estado anterior.   E esta saudosa casa, onde brilhou  Tua voz num instante sempiterno,  Em negra, intima noite se occultou.   Quando chego á janela, vejo o inverno;  E, á luz da lua, as sombras do arvoredo  Lembram as sombras pálidas do Inferno.   Dos recantos escuros, em segredo,  Nascem Visões saudosas, diluidos  Traços da tua Imagem, arremêdo   Que a Sombra faz, em gestos doloridos,  Do teu Vulto de sol a amanhecer...  A Sombra quer mostrar-se aos meus sentidos...   Mas eu que vejo? A luz escurecer;  O imperfeito, o indeciso que, em nós, deixa  A amargura de olhar e de não vêr...   A voz da minha dôr, da minha queixa,  Em vão, por ti, na fria noite clama!  Dir-se-á que o céu e a terra, tudo fecha   Os ouvidos de pedra! Mas quem ama,  Embora no silencio mais profundo,  Grita por seu amor: é voz de chama!   E eu grito! E encontro apenas sobre o mundo,  Para onde quer que eu olhe, aqui, além,  A tua ausência trágica! E no fundo   De mim proprio que vejo? Acaso alguem?  Só vejo a tua Ausencia, a Desventura  Que fez da noite a imagem de tua Mãe!   A tua Ausencia é tudo o que murmura,  E mostra a face triste á luz da aurora,  E se espraia na terra em sombra escura...   Quem traz o outomno ao meu jardim agora?  Quem muda em cinza o fogo do meu lar?  E quem soluça em mim? Quem é que chora?   É a tua Ausencia, Amôr, que vem turbar  Esta alegria etérea, nuvem, asa  De Anjo que, ás vezes, passa em nosso olhar!   O Sol é a tua Ausencia que se abrasa,  A Lua é tua Ausencia enfraquecida...  Da tua Ausencia é feita a minha vida  E os meus versos tambem e a minha casa.

Depus a Máscara
Álvaro de Campos

Depus a máscara e vi-me ao espelho.  Era a criança de há quantos anos.  Não tinha mudado nada...  É essa a vantagem de saber tirar a máscara.  É-se sempre a criança,  O passado que foi  A criança.  Depus a máscara, e tornei a pô-la.  Assim é melhor,  Assim sem a máscara.  E volto à personalidade como a um términus de linha.

Menino
Manuel da Fonseca

No colo da mãe  a criança vai e vem  vem e vai  balança.  Nos olhos do pai  nos olhos da mãe  vem e vai  vai e vem  a esperança.   Ao sonhado  futuro  sorri a mãe  sorri o pai.  Maravilhado  o rosto puro  da criança  vai e vem  vem e vai  balança.   De seio a seio  a criança  em seu vogar  ao meio  do colo-berço  balança.   Balança  como o rimar  de um verso  de esperança.   Depois quando  com o tempo  a criança  vem crescendo  vai a esperança  minguando.  E ao acabar-se de vez  fica a exacta medida  da vida  de um português.   Criança  portuguesa  da esperança  na vida  faz certeza  conseguida.  Só nossa vontade  alcança  da esperança  humana realidade.


Francisco Bugalho

Meu menino canta, canta  Uma canção  que é ele só que entende  E que o faz sorrir.   Meu menino tem nos olhos os mistérios  Dum mundo que ele vê e que eu não vejo  Mas de que tenho saudades infinitas.   As cinco pedrinhas são mundos na mão.  Formigas que passam,  Se brinca no chão,  São seres irreais...   Meu menino de olhos verdes como as águas  Não sabe falar,  Mas sabe fazer arabescos de sons  Que têm poesia.   Meu menino ama os cães,  Os gatos, as aves e os galos,  (São Francisco de Assis  Em menino pequeno)  E fica horas sem fim,  Enlevado, a olhá-los.   E ao vê-lo brincar, no chão sentadinho,  Eu tenho saudades, saudades, saudades  Dum outro menino...

Ai de Mim!
António Nobre

Venho, torna-me velho esta lembrança!  De um enterro de anjinho, nobre e puro:  Infância, era este o nome da criança  Que, hoje, dorme entre os bichos, lá no escuro...   Trez anjos, a Chymera, o Amor, a Esperança  Acompanharam-no ao jazigo obscuro,  E recebeu, segundo a velha usança,  A chave do caixão o meu Futuro.   Hoje, ambulante e abandonada Ermida,  Leva-me o fado, á bruta, aos empurrões,  Vá para a frente! Marcha! Á Vida! Á Vida!   Que hei-de fazer, Senhor! o que é que espera  Um bacharel formado em illusões  Pela Universidade da Chymera?

Jura
Antero de Quental

Pelas rugas da fronte que medita...  Pelo olhar que interroga e não vê nada...  Pela miséria e pela mão gelada  Que apaga a estrela que nossa alma fita...   Pelo estertor da chama que crepita  No ultimo arranco duma luz minguada...  Pelo grito feroz da abandonada  Que um momento de amante fez maldita...   Por quanto há de fatal, que quanto há misto  De sombra e de pavor sob uma lousa...  Oh pomba meiga, pomba de esperança!   Eu to juro, menina, tenho visto  Cousas terríveis — mas jamais vi cousa  Mais feroz do que um riso de criança!

Noites em Claro
Teixeira de Pascoaes

Passas em claro as noites a chorar;  Dia a dia, teu rosto empalidece...  Faze tu, pobre Mãe, por serenar,  Santa Resignação sobre ela desce!   Rochedo que a penumbra desvanece,  Tu, por acaso, não lhe podes dar  Um pouco desse frio que entorpece  O coração e o deixa descansar?...   Jamais! Não ha remedio! Nem as horas  Que passam! Toda a fria noite choras;  Tua sombra, no chão, é mais escura.   Soffres! E sinto bem que a tua dôr,  Como se fôra um beijo, acêso amôr,  Vae-lhe aquecer, ao longe, a sepultura.


Teixeira de Pascoaes

Sinto que, ás vezes, choras, minha Irmã,  No teu sombrio quarto recolhida...  É que ele vem rompendo a sombra vã  Da Morte, e lhe aparece á luz da vida!   E afflicta, como choras, minha Irmã...  Teu chôro é tua voz emudecida,  Ante a imagem do Filho, essa Manhã  Em profunda saudade amanhecida.   Silencio! Não palpites, coração;  Nem canto de ave ou mistica oração  Um tal idilio venham perturbar!   Deixae o Filho amado e a Mãe saudosa:  O Filho a rir, de face carinhosa,  E a Mãe, tão triste e pálida, a chorar...


Trágica Recordação
Teixeira de Pascoaes

Meu Deus! meu Deus! quando me lembro agora  De o ver brincar, e avisto novamente  Seu pequenino Vulto transcendente,  Mas tão perfeito e vivo como outrora!   Julgo que ele ainda vive; e que, lá fóra,  Fala em voz alta e brinca alegremente,  E volve os olhos verdes para a gente,  Dois berços de embalar a luz da aurora!   Julgo que ele ainda vive, mas já perto  Da Morte: sombra escura, abismo aberto...  Pesadelo de treva e nevoeiro!   Ó visão da Creança ao pé da Morte!  E a da Mãe, tendo ao lado a negra sorte  A calcular-lhe o golpe traiçoeiro!

FFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF

Meus brinquedos

De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

Clarice Pacheco

SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS


Ovo do coelho

quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Coelho não bota ovo,
quem bota ovo é galinha.
Mas eu conheço um coelho
que é mesmo uma maravilha.

Os ovos que ele bota,
você nem imagina.
São ovos de chocolate
ou ovos de baunilha.

Por isso, nosso coelho
foi expulso da família.
O pai dele disse: - Meu filho,
isso é coisa de galinha.

O coelho respondeu rapidamente:
- Meu pau eu não tenho culpa,
botar ovo é meu destino.
Se não posso botar ovos em casa,
prefiro botar sozinho.

E foi assim que o coelho
saiu de casa para a rua,
botando ovo na Páscoa,
no sonho de todo mundo.

Paulo Leminski

Pontinho de vista
Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.

Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
- Minha nossa, que grandão!

Pedro Bandeira

JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Guarda-Chuvas

Tenho quatro guarda-chuvas
todos os quatro com defeito;
Um emperra quando abre,
]outro não fecha direito.

Um deles vira ao contrário
seu eu abro sem ter cuidado.
Outro, então, solta as varetas
e fica todo amassado.

O quarto é bem pequenino,
pra carregar por aí;
Porém, toda vez que chove,
eu descubro que esqueci...

Por isso, não falha nunca:
se começa a trovejar,
nenhum dos quatro me vale -
eu sei que vou me molhar.

Quem me dera um guarda-chuva
pequeno como uma luva
Que abrisse sem emperrar
ao ver a chuva chegar!

Tenho quatro guarda-chuvas
que não me servem de nada;
Quando chove de repente,
acabo toda encharcada.

E que fria cai a água
sobre a pele ressecada!
Ai...

Rosana Rios


KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Versinhos difíceis de mastigar

Tenho um robot cozinheiro,
que cozinha com amor.
Queria ir à fruteira
Mas entrou no ferrador.

E depois, muito confuso,
cozinhou uns chinelos
e um prato de parafusos
no lugar de três marmelos.

Um bolo feito de roscas
decorado com ameixas.
E uma tarte de pregos
com gosto a laranjas frescas.
Mais rodelas de manteiga.

"Que faço com este robot?",
pergunto-me todo dia,
que entrou no ferrador
em vez de entrar na frutaria."

Autor desconhecido

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Canção para ninar dromedário

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário.


Sérgio Capparelli

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Marcadores: Cecilia Meireles

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

O que é mãe?

Mãe? O que é mãe?
Pessoa doce?
Tão doce
Que faz passar vergonha
Doce de batata-doce?

Mãe? O que é mãe?
Tão doce
Que se parte
Quando parte,
Melhor seria
Se não fosse.

Mãe? O que é mãe?
Luz muito clara,
Tão clara
Que nos aclara
E, afagando,
nos ampara?

Mãe? O que é mãe?
Tão doce? Tão severa
Se a gente erra!
E que empurra
Se tudo emperra.
Mãe severa?
Mãe doce?
Ou mãe fera?

Nesse teu dia
Te dou jasmim,
Te dou gladíolos,
Te dou beijim,
Assim assado,
Assim, assim.

Sérgio Capparelli

LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL


Dose certa
No Brasil ou lá na China,
na Alemanha ou na Espanha,
tem menino e tem menina
que só sabem fazer manha.

Português,
chinês,
alemão,
espanhol,
etc. e tal.

Não importa a língua falada,
em todo canto do planeta
tem criança birrenta:
não quer isso nem aquilo,
não gosta de nada,
enjoada!

Há quem diga
que o remédio
na dose bem certa,
pra acabar
com a manha
de criança mimada
- como dizia Cecília,
grande poeta -
é uma boa
palmada.

Mas também
há quem diga
que a receita
não é essa,
e só acredita...
numa boa
conversa!

E você, o que
é que acha?

Sônia Barros

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Receita de engolir o mar


o mar ensina
o equilíbrio-desequilíbrio
dos barcos
a rota da calma e do vento
o mar ensina horizontes
vôo e mergulho
o mar ensina tempestade
e silêncio

Roseana Murray


JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Aula de leitura

A leitura é muito mais
do que decifrar palavras
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender


vai ler nas folhas do chão
se é outono ou verão;


nas ondas soltas do mar
se é hora de navegar;


e no jeito da pessoa
se trabalha ou se é à-toa


na cara do lutador,
quando está sentindo dor;


vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;


e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;


e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;


e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou se vai lento;


e também no calor da fruta,
e no cheiro da comida,


e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,


e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,


vai ler nas nuvens no céu,
vai ler na palma da mão,


vai ler até nas estrelas,
e no som do coração.


Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos tem segredos
difíceis de decifrar


Ricardo Azeredo

JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Pomar

Menino - madruga
o pomar não foge!
(pitangas maduras
dão água na boca.)

Menino descalço
Não olha onde pisa.
Trepa pelas árvores
Agarrando pêssegos.
(Pêssegos macios
como paina e flor.
Dentadas de gosto!)

Menino, cuidado,
jabuticabeiras
novinhas em folha
não agüentam peso.

 Rebrilha, cem olhos
agrupados, negros.
E as frutas estalam
- espuma de vidro -
nos lábios de rosa.
Menino guloso!

Menino guloso,
Ontem vi um figo
mesmo que um veludo,
redondo, polpudo,
E disse: este é meu!
Meu figo onde está?

- Passarinho comeu,
passarinho comeu...


Henriqueta Lisboa

JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ


Vende-se

Vende-se uma casa encantada
no topo da mais alta montanha.
Tem dois amplos salões
onde você poderá oferecer banquetes
para os duendes e anões
que moram na floresta ao lado.
Tem jardineiras nas janelas
onde convém plantar margaridas.
Tem quartos de todas as cores
que aumentam ou diminuem
de acordo com o seu tamanho
e na garagem há vagas.

Roseana Murray

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro de quem lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Segredo

Andorinha no fio
escutou um segredo.
Foi à torre da igreja,
cochichou com o sino.

E o sino bem alto:
delém-dem
delém-dem
delém-dem
dem-dem!

Toda a cidade
ficou sabendo.

Henriqueta Lisboa

NNNNNNNNNNNNNNNNNNNN


Como fazer pipocas

Nenhum de vocês, meninos,
Algum dia pôde ver
Como se fazem pipocas?
Pois, então, eu vou dizer:

Pega-se o milho branquinho,
Na panela se coloca,
Por sobre o óleo fervente.
(É assim que se faz pipoca.)

Quando o milho está lá dentro,
Deve a panela ficar
Bem fechada, pois, senão,
Todo o milho vai saltar.

Daí a pouco, escutamos,
Na tampa, fortes batidas:
São as pipocas que pulam
Prontas pra serem comidas.

Tiradas da caçarola,
Sal nós vamos polvilhar,
E, depois - última etapa -
Só precisamos provar.

Entretanto, se quiserem
Comer pipocas de um modo
Mais cômodo, mais ligeiro,
É fácil: cheguem à calçada
E...chamem o pipoqueiro.

Maria de Lourdes Figueiredo



JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ


Primavera

sábado, 31 de julho de 2010
Pára a chuva
A terra acorda
E arruma a casa.

Acende rosas,
Abre dálias
E pinta hibiscos.

Atráss do morro
O céu desponta,
É madrugada.

Sérgio Capparelli

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

O pessegueiro

Meus galhos
Sobem até o vidro da tua janela
E pedem para entrar.

E ali ficam:
O vento empurra as estações
E pinta de branco meus cabelos.

De vez em quando,
Vejo caírem lentamente
As flores do pessegueiro.

Sérgio Capparelli

JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Cuidando da natureza

Vamos cuidar
Da mãe Natureza
Preservando a vida
Do nosso Planeta.

Não desperdicem água
Para não faltar
Separe todo lixo
Para reciclar.

Não destruam as matas
Árvores e flores
Que enfeitam o mundo
Com as suas cores.

Não poluam o ar
Isso não é legal
Na certa vai causar
O aquecimento global.

Vamos trabalhar
Nessa tarefa urgente
Para preservar
O nosso meio ambiente.

Leila Maria Grillo

KIJKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Baile no sereno

Cantador canta tristeza,
canta alegria também.
É de sua natureza
cantar o mal e o bem.
Pois ele tem dentro dele
o canto que o canto tem...

Por isso, se o mar secar,
se cobra comprar sapato,
se cachorro virar gato,
se o mudo puder falar,
Se a chuva chover pra cima,
se barata for grã-fina,
Quando o embaixador for em cima,
Cantador vai se calar.

Ruth Rocha


KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Patrulha Ecológica

Ei, Coronel,
Cabeça de papel!
Deixa de moleza
E cuida da natureza!
Quem derrubou a mata?
Quem os peixes mata?
Quem polui o mar?
E envenena o ar?
Um, dois, três, quatro!
Salva peixe,
salva bicho,
Salva gente,
Salva mato!
Cinco, seis, sete e oito!
Depois da vigília
Café com biscoito.

Maria Dinorah


JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Pião

Um pião se equilibra
na palma da mão,
no chão, na calçada,
e alado vai rodando
por cima dos telhados,
gira entre as nuvens,
cada vez mais alto,
até que num salto
alcança a lua
e rola
até o seu lado oculto.
Faz a curva o pião
e ruma para Saturno,
tropeça nos anéis,
dá três cambalhotas,
se pendura
numa estrela cadente
e, sem graça,
volta para a palma da mão.

Roseana Murray

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

O Caderno
Sou eu que vou seguir você

Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...

Toquinho

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Das crianças

São puras, inocentes, verdadeiras.
Chamam-lhes anjos, arautos e afins.
Elas é que são Buda e Jesus.
Consta que não têm maldade ou preconceito
e deve ser por tudo isso que são o melhor do mundo.

Muitos poetas falam delas. Menos, falam para elas.
Muitos menos, falam com elas.
Afinal, são apenas seres em construção
mas já são o melhor que podem ser.
Não vale a pena gastar muita tinta com a perfeição,
o poeta vive do caos, do erro, da paixão.

Diz-se que são seres humanos em potência.
Se eu soubesse o que é ser um ser
e humano… potência, acho que sei.
Eu já era o eu que hoje sou.
A diferença é que me perdoavam todas as crueldades,
que me davam almoço e jantar e me aconchegavam na cama
e eu não tinha que fazer nada… só existir.

As crianças olham as coisas
como se não percebessem nada do que vêem
e têm com elas uma intimidade digital.
Eis a essência e também o Graal.
Mas o melhor da infância foi que eu era imortal.

Isa Maloff


JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

As Crianças

As crianças a brincar
E eu a olhar,
Sei deixar de pensar
Se iria voltar a ficar igual.

Estão sempre a cantar
E fazem-nos dançar,
São doces e carinhosos
E estão sempre babosos.

São a nossa razão de viver,
Nascem de nós
Tal como os nossos avós.

Eles são o fruto do nosso amor
E não nos deixam dor,
São traquinas e brincalhões
E estão nos nossos corações.

Fofinhos são
Tristes não ficaram,
Com o nosso amor e carinho
Apetece dar mais um beijinho.

Rita Santos


JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ

Sou criança, sou inesgotável

Ser criança é ser inesgotável na razão,
A razão que transforma qualquer emoção,
A razão que leva ao infinito da questão.

Ser criança é ver por entre cegos,
É sorrir constantemente,
É ter em mente a alma límpida e brilhante,
A alma que viaja sem maldade,
A alma que cava lealdade.

Faço castelos de areia,
Onde fico congelada e radiante,
Radiante porque sou criança triunfante,
Radiante pela experiência expectante.

Construo o meu ser para além da sombra dos outros,
Construo o meu querer pelo presente do que penso,
Sou infantil no mistério da realidade,
Sou infantil porque a fantasia conheço.

Ser criança é ser imortal,
Ser criança é poder cantar em liberdade,
Ser criança é dar luz à verdade.

                                                           
              Susana Ferreira


HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Quero ser...

Quero ser, num sonho infinito
uma duquesa,até mesmo uma princesa,
morar numa casa de encantar,
de chocolate, ou até mesmo algodão.
Ter alegria e fazer magia
com a minha varinha de condão.

Quero por fim ser criança
Hoje, amanhã e sempre,
Numa alegria constante
d'um sonho atordoante.

Patrícia Alexandra Pereira

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Poema de criança

Quando é nova uma criança
Nem sequer chega a pensar
Naquela triste herança
Que este Mundo lhe vai dar.
Inocente, vai brincando,
Entre as ruínas duma guerra
Onde os homens vão matando
Pouco a pouco a sua Terra.
Mas um dia vai dar conta
Da miséria que consome,
Quem não tem a mesa pronta
Para à noite matar a fome.
Com firmeza vai pedir
Ao mortífero canhão,
Que em vez de balas atire
Uns pedacinhos de pão.
Eu tenho quase a certeza
Que ninguém se vai ralar
E os senhores da grandeza
Vão prosseguindo a brincar.
Tanta gente a padecer
Por esse Mundo inteiro,
Tanta gente sem comer,
Mas prá guerra…há dinheiro.
Meus senhores deste planeta,
Parem lá com as ‘‘matanças’’,
E que mais ninguém cometa
Maus-tratos sobre as crianças.

Rama Lyon

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Ser sempre criança

Hoje e sempre quero ser criança.
Quero emanar esperança,
Em cada passo que dou.
Quero voltar a ser só sonho.
Ser criança, ser  magia,
e ser noite.
Sem nunca deixar de ser dia.
Espelhos.
Esses velhos rivais da beleza.
Esses reveladores de tristeza,
que parecem não acabar.
E as memórias.
Oh, essas velhas histórias.
Essas verdades risórias,
de tudo que ainda sou.
Espelhos que traem memórias.
Fazem o corpo crescer.
Mas a criança, essa nunca esquece.
O que não quer esquecer.
Ser criança?
Para alguns, recordações,
pedaços de uma verdade esquecida.
para mim,o resto da vida!
        Pedro Serra

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH


O Menino que Voava

O Menino, corre, corre, corre
Esconde, salta, empurra
Canta, dança, grita
Fala, cala, apanha
Corre, corre, corre

Chora, ri, imita,
Desenha, rasga, tenta
Sonha, dorme, acorda
Corre, corre, inventa

E leva a mochila que é pesada
Pézinhos molhados
Correndo na estrada
Sacode o caminho
Caminho deserto
Debaixo do sol
Sozinho correndo

Já perto da vila
Mochila pesada
Que pesada carrega
Pousa-a no chão
Sobe o escorrega

Já é meia lua
Já é meia hora
Corre, corre a rua
Corre, corre agora.

Joana Espírito Santo.

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Ser pequenino é um mimo!

Os dias são enormes
"Bom dia alegria!"
Uma voz poderosa chama
"Está na hora de acordar!",
"Toca a levantar!"
"Chega já de preguiçar!"
A custo, lá pestanejamos
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos
"O pequeno almoço está na mesa!"
...há que aligeirar...
Que o caminho da Escola é longo!
Puxa vida e já almoçamos!
Não falta tempo,
Falta preocupação,
Dos Grandes que lutam e ganham tostão.
Nós entre tantos... estudamos!
Chegando a casa, lanchamos.
Joga-se a macaca e ao berlinde
Com playstation  e com Barbie
Estudamos?!....
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos.
Jantamos.
A Tv espreitamos
Pedimos colo e um conto,
Um chi-coração...
Embalamos...e..."
"boa noite"!
... volta tudo ao inicio!

André Manuel

GGGGGGGGGGGGGGGGGG

Ser pequenino é um mimo!

Os dias são enormes
"Bom dia alegria!"
Uma voz poderosa chama
"Está na hora de acordar!",
"Toca a levantar!"
"Chega já de preguiçar!"
A custo, lá pestanejamos
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos
"O pequeno almoço está na mesa!"
...há que aligeirar...
Que o caminho da Escola é longo!
Puxa vida e já almoçamos!
Não falta tempo,
Falta preocupação,
Dos Grandes que lutam e ganham tostão.
Nós entre tantos... estudamos!
Chegando a casa, lanchamos.
Joga-se a macaca e ao berlinde
Com playstation  e com Barbie
Estudamos?!....
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos.
Jantamos.
A Tv espreitamos
Pedimos colo e um conto,
Um chi-coração...
Embalamos...e..."
"boa noite"!
... volta tudo ao inicio!

André Manuel


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Ser-se criança

Ser-se criança
Ser-se criança
é ser-se impertinente,
é ter a esperança
de um ser inconsciente.

É gritar à toa
batendo com o pé no chão,
um verso de “Pessoa”
que ficou no coração.

É não saber viver
apenas por um dia
é ser-se contente, conhecer,
uma imensidão de alegria.

Ser criança é ser poeta,
um vagabundear feliz,
é andar de bicicleta
é ser-se o que Deus quis.

É contar pelos dedos
para depois esquecer,
ter tremendos bocejos
e depois adormecer.

Assim, na vida dos cultos
onde andamos aos encontrões
respiramos como adultos,
crianças de outras gerações.

Soraya Cruz


KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

 A CRIANÇA JESUS
                                   
Vê, Belém, já chegou o grande dia!
A terra estava prenhe de ansiedade,
E tu, sorrindo de felicidade,
Como previra antiga profecia.

Anjos cantando, um quadro de alegria
Naquela gruta com simplicidade;
Numa criança, toda a divindade
Sob os cuidados ternos de Maria.

Sem conforto nenhum, embora Rei,
O Menino chegou, trouxe esperança.
Fala, Belém, pois explicar não sei,

Pois pra selar aqui nova Aliança
Tornando inteligível a Sua Lei,
O próprio Deus quis ser uma criança.

Gílson Faustino Maia

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Apenas Crianças

Duas pedras preciosas,
Com os olhitos a brilhar,
Duas crianças amorosas
Que ainda nem sabem gatinhar.
Dois botões a florescer
Que o futuro viu nascer!

Feições únicas, bem marcadas,
Narizitos tão diferentes,
Boquitas bem desenhadas,
Sorrisos doces e inocentes.
Dois meninos tão desejados,
Tão pequeninos, mas tão amados…

Já os vejo a correr atrás da bola,
Traquinas, felizes, cheios de vida,
Já os vejo a caminho da escola,
Enquanto penso em tanta criança perdida.
Tanta criança abandonada,
Sem pão… sem nada…

Crianças que crescem sem amor
Que pedem algum consolo,
Crianças que só conhecem a dor
Que procuram o carinho de um colo.
Crianças que são apenas crianças…
Em quem depositamos tantas esperanças!...

 Aut.Dina Rodrigues






































Um comentário:

Anônimo disse...

Legal este site!